09/08/2017 / FLIPELÔ
Estive na Flipelô 2017. Fui
convidado pelo curador José Inácio Vieira de Melo para recitar meus poemas no
Café Teatro Zélia Gattai ao lado dos poetas Igor Fagundes (RJ) e Walter César
(BA). Tudo seria exatamente igual a tantos outros eventos literários que já fui
se não fosse por este inesquecível episódio. Estive ao lado de Maria Bethânia.
Falei com Maria Bethânia. Abracei Maria Bethânia. Na abertura do evento,
emoldurados pela beleza silenciosa da Igreja de São Francisco, tive a alegria
de ver, ouvir e sentir Maria Bethânia cantando, declamando e orando as belezas
textuais em versos e prosas da riquíssima literatura brasileira. Após seu
recital-oratório-declamativo-show, Maria Bethânia recebeu com imensa ternura
muitos que buscaram seu abraço, sua voz, seu olhar ainda no camarim. Coisa
linda foi quando luz faltou e Maria Bethânia serenamente entoou um canto solene
para aconchegar o ambiente e seus convidados. A candura de sua voz dissipou a
escuridão da noite e iluminou tudo, inté nossa alma. E ficamos inundados, mais
uma vez, pelo seu sopro poético e fomos acolhidos pelo manto de sua calorosa
simpatia. Aquela cena parecia um sonho. Parecia um poema de Castro Alves. Parecia
um romance de Jorge Amado. Aquela voz que ouvi nos tempos de menino lá em
Propriá na casa do amigo Mário Roberto, agora ecoava eternamente perto de mim,
e dentro, e mais além. Atravessando meu ser. Alumiando as casas do meu coração.
Viva em cores e corais. Palavras e notas musicais. Santos e poetas, clássicos e
populares, poemas e canções. Tudo divinal. Magia pura, encanto sublime.
Aguardei e cheguei. Abracei e disse com voz trêmula: “A senhora inspirou minha
vida.” E ela, Maria Bethânia sorriu. Que mágico. Que sonho. Que alegria. Aquela
noite jamais acabará... porque Maria Bethânia é poesia para toda minha vida.
Feira de Santana, 11 de setembro de 2017.
09/08/2017 / FLIPELÔ
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