quarta-feira, 29 de março de 2017

Poemas de Assis Freitas

O poeta português Luís de Camões. 


metaplágio para todos Camões

quando penso em teu corpo
pesa-me uma nuvem no peito
és tão miragem nessa viagem
que embaraço-me nos passos

miro um espelho de jorro fácil
desconcerto-me de tanto laço
desencontro-me de contente
ando elétrico entre as gentes

quando penso em teu corpo
habita-me a fortuna secreta
a graça suave do encantamento
o desassossego do pensamento


Ária de providência para sopro de comunhão

Eu não sei como nascem os anjos
Mas acredito em epifanias
Na raiz de quimeras, alvoradas
Na saliência do silêncio
No movediço das palavras

Eu não sei como nascem os anjos
Nem mesmo sei destes espinhos
Das lâminas afiadas em um corpo
Só sei do rasgo, do soluço, do grito
Do verbo que não nomeia, mas urge


Assis Freitas é poeta, escritor, sociólogo e mestre em Letras (UFBA). Nasceu e mora na cidade de Feira de Santana - Bahia. Publicou os livros de contos O Mapa da Cidade (1998) e O Ulisses no supermercado (2009). Como poeta, participou de diversos números da Revista Hera (1972-2005). Publica em dois blogs de poesia: o Mil e um poemas e o Árvore da Poesia

O poeta feirense Assis Freitas.

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